Noite para ver Hitchcock de Sasha Gervasi no Centro Cultural e de Congressos. Oportunidade para
ver este filme que se baseia num dos clássicos sobre Hitchcock (Alfred Hitchcock and the Making of Psicho,de
Stephen Rebello) e ainda rever em acção dois grandes actores: Anthony Hopkins e
Helen Mirren, esta no papel de Alma Reville, a esposa do “mestre do suspense”. O filme de
Sasha Gervasi é a narrativa cinematográfica da rodagem de Psico numa viagem ao universo de Alfred, os seus sonhos, irritações
e fantasias. Na altura de “Psico”, Hitchcock tinha 61 anos de idade e uma
carreira gloriosa após vinte anos de sucessos desde que rumou para Hollywood. Neste filme ficamos ainda a saber que a Paramount não o quis produzir e quanto este ficou magoado quando um jornalista lhe fez a seguinte pergunta:
“É o mais famoso realizador da história do cinema, mas já tem 60 anos. Não
devia retirar-se agora que está na crista da onda?”, para lá de nos darmos
conta do seu controle e manipulação de tudo que está em seu redor e ainda uma
obsessão por mulheres loiras. O filme é eficaz na transmissão da ideia de que
Alma, a sua paciente e determinada esposa, ter tido um papel
preponderante na colocação de música na cena do chuveiro em Psico assim como uma colaboração intensa na carreira de Alfred. Certo é que jamais
alguém se esquecerá dos violinos da composição de Bernard Herrmann, nessa cena tétrica e inesquecível.
Uma última nota para referir que o filme termina com um dejá vu pois assistimos desde tenra idade à série de televisão Alfred Hitchcock Presents assim como à passagem de algumas das suas
obras mais conhecidas nos cineclubes “Vertigo”, “Intriga Internacional”,
“Janela Indiscreta” e “Psico”, o que torna a cena final bem familiar. Por
último, acrescentar que nos tempos que correm pagar dois euros pelo bilhete de
um filme numa sala de cinema bem equipada com dolby surround e ambiente
propício à fruição cinematográfica, é, sem qualquer dúvida, um luxo, mesmo que o filme seja ligeiro e funcione
como puro divertimento.