Eduarda Dionísio (1946-2023) |
Leio a notícia do seu falecimento nos jornais do dia: doença oncológica. Aproveito para dizer que li uma boa parte dos seus livros publicados, acompanhei muita da sua atividade pública na "Abril em Maio" e, depois, no Centro Mário Dionísio, Casa da Achada. Votei, inclusive, influenciado por algumas das suas opiniões firmes e convicções inabaláveis, pois sempre gostei de ver gente idealista, sem temor a bater-se por aquilo em que acreditava. E, a partir daí, convidei-a para encontros, debates, colóquios, porque gostava de a ouvir discorrer sobre cultura, a memória ou ainda sobre o período em que o Portugal democrático se abriu numa leda participação de associações, cooperativas, cineclubes e outros colectivos. Cheguei mesmo a participar em leituras da obra do seu pai, Mário Dionísio, tal como ainda me convidou para dizer poesia com o José Nuno com o "Movimento Diplomático do Outono" ou apresentar filmes ("Il Sorpasso", de Dino Risi, 1962), "A Polícia da Estrada" de Robert Blake, 1973) nos espaços da sua Associação. Foi, através dela, que conheci o Jorge Silva Melo, o Miguel Castro Caldas, o Vítor Ribeiro ("o adorável Maçariku"), o Vitor Silva Tavares, a Tereza Arriaga, entre tantas outras pessoas com quem me cruzei na Rua da Verónica, no Regueirão dos Anjos ou na Achada. Ou como passei a parar em Lisboa antes de rumar ao norte. A Eduarda era minha amiga e eu tinha muito orgulho nisso!