Com o tempo
tudo
passa
do
possível ao improvável
Com
o tempo
desabitamos
as
condições do corpo
a
sua assinatura
Com
o tempo
descobrimos
o sentido fractal –
na
face do Banquete
as
coisas conhecidas
tornam-se
sussurro
O
futuro é um despiste amargo
um
vértice truncado
que
se esfuma
Divorciados
do acaso
afastamo-nos calados
No
deserto
surdamente
gritamos
in “Itinerários”, Quasi
Edições, Março de 2003