sábado, 2 de maio de 2020
Dois Poemas de Luís Xarez
deixei-te um bilhete
deixei-te um bilhete
debaixo de uma pedra
como não o leste
deixei-te um bilhete
escrito na pedra
como não o leste
deixei-te um bilhete
escrito na árvore
como não o leste
deixei-te um bilhete
escrito no céu
e sei que nesse dia leste
mas nunca soubeste
nem que era para ti
nem quem era eu
na lua
sempre na lua
dizem-me uns olhos verdes de ciúme
das minhas asas abertas recebeste o luar
olhos onde um dia vi a antecâmara do lume
lume que não a lua mas só o sol pode incendiar
sempre na lua
dizem-me outros com o dedo espetado
acordando-me da forma mais crua
deixei-te um bilhete
debaixo de uma pedra
como não o leste
deixei-te um bilhete
escrito na pedra
como não o leste
deixei-te um bilhete
escrito na árvore
como não o leste
deixei-te um bilhete
escrito no céu
e sei que nesse dia leste
mas nunca soubeste
nem que era para ti
nem quem era eu
na lua
sempre na lua
dizem-me uns olhos verdes de ciúme
das minhas asas abertas recebeste o luar
olhos onde um dia vi a antecâmara do lume
lume que não a lua mas só o sol pode incendiar
sempre na lua
dizem-me outros com o dedo espetado
acordando-me da forma mais crua
in "assim", edição de autor, Dezembro de 2019.
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