O título do Açoriano Oriental é sinal e sintoma da mensagem que se
pretende fazer passar: “Candidatura Azores 2027 já custou 360 mil euros à
autarquia”. O que podemos pensar sem ler o conteúdo da notícia? Que a cultura é
muito cara e, segundo a Câmara Municipal, caso esta autarquia “avance para a
segunda fase do concurso, tenha de investir mais um milhão de euros só em
2022”. Ora muito bem, num matutino isto pode ficar bem enquanto título, mas não
ajuda muito a perceber e agir perante a realidade, tão pouco sobre aquilo a que
chamamos cultura, a não ser que se despende sempre muito dinheiro!
Quem de seguida lê o teor da notícia fica, pois, a pensar de imediato que a cultura é simplesmente uma despesa exagerada, uma soma avultada que se movimenta para empresas e seus funcionários, acréscimos do IVA e que os gastos devem ser tidos em conta pelos “consumidores/eleitores”, para que estes possam pensar na verba milionária que se gastou em todo este processo, duvidar dos salários dos promotores da candidatura e que temamos pela verba do erário público que pode ainda vir a ser gasta. O leitor fica assim atónito, quase boquiaberto e a entrar mosca, perante tal exagero financeiro deitado ao ar. E, convenhamos, se ainda fosse alguma coisa que desse para se mostrar ou cortar uma fita - um parque de diversões, um arranha céus, um aquário com espécies nunca vistas, um aldeamento turístico à beira-mar, sabe-se lá que mais!?
Por esse motivo fez-se saber que a Câmara de Ponta Delgada cessou, a um mês da apresentação da candidatura Azores 2027, o contrato com a equipa promotora da candidatura Azores 2027, Ponta Delgada Capital da Cultura. Durante este último ano fomos ouvindo, lendo e observando o levantamento e mapeamento das artes e da cultura existente no arquipélago. Agora, quando falta tão pouco tempo, os seus promotores serão substituídos na apresentação da candidatura por dez personalidades associadas ao projecto que poderão, assim, defender um projecto que, mesmo que se digam próximos, não o conhecem certamente por dentro. A dita notícia, convenhamos que a jornalista apenas ouviu uma das partes, omitindo assim os titulares desta candidatura, isto é, as pessoas que deram a cara por este, não dando assim a conhecer qualquer afirmação, comentário ou resposta da mesma equipa. Porquê? Não temos o direito de saber o que está por detrás da não renovação do contrato? Por que é que não deixaram a equipa apresentar o projecto no mês de Março e depois, sim, cessar funções? O que pensa a equipa da candidatura desta tomada de posição pública camarária?
Por fim, uma coisa é certa, após lermos o artigo do jornal, pouco ou nada ficamos a saber sobre o conteúdo desta mesma candidatura. É que só o dinheiro que foi e vai ser gasto é que interessa? E o que é um facto é que muito pouco ou nada ficamos a saber sobre a qualidade do trabalho efetuado por essa mesma equipa da candidatura ou até mesmo a avaliação dos conteúdos do projecto que irá ser apresentado e que fomos tendo uma ideia ao longo de todo este tempo todo. Sim, é verdade, todos ficamos a saber o que já sabíamos: a cultura custa muito dinheiro! E...a incultura?
Quem de seguida lê o teor da notícia fica, pois, a pensar de imediato que a cultura é simplesmente uma despesa exagerada, uma soma avultada que se movimenta para empresas e seus funcionários, acréscimos do IVA e que os gastos devem ser tidos em conta pelos “consumidores/eleitores”, para que estes possam pensar na verba milionária que se gastou em todo este processo, duvidar dos salários dos promotores da candidatura e que temamos pela verba do erário público que pode ainda vir a ser gasta. O leitor fica assim atónito, quase boquiaberto e a entrar mosca, perante tal exagero financeiro deitado ao ar. E, convenhamos, se ainda fosse alguma coisa que desse para se mostrar ou cortar uma fita - um parque de diversões, um arranha céus, um aquário com espécies nunca vistas, um aldeamento turístico à beira-mar, sabe-se lá que mais!?
Por esse motivo fez-se saber que a Câmara de Ponta Delgada cessou, a um mês da apresentação da candidatura Azores 2027, o contrato com a equipa promotora da candidatura Azores 2027, Ponta Delgada Capital da Cultura. Durante este último ano fomos ouvindo, lendo e observando o levantamento e mapeamento das artes e da cultura existente no arquipélago. Agora, quando falta tão pouco tempo, os seus promotores serão substituídos na apresentação da candidatura por dez personalidades associadas ao projecto que poderão, assim, defender um projecto que, mesmo que se digam próximos, não o conhecem certamente por dentro. A dita notícia, convenhamos que a jornalista apenas ouviu uma das partes, omitindo assim os titulares desta candidatura, isto é, as pessoas que deram a cara por este, não dando assim a conhecer qualquer afirmação, comentário ou resposta da mesma equipa. Porquê? Não temos o direito de saber o que está por detrás da não renovação do contrato? Por que é que não deixaram a equipa apresentar o projecto no mês de Março e depois, sim, cessar funções? O que pensa a equipa da candidatura desta tomada de posição pública camarária?
Por fim, uma coisa é certa, após lermos o artigo do jornal, pouco ou nada ficamos a saber sobre o conteúdo desta mesma candidatura. É que só o dinheiro que foi e vai ser gasto é que interessa? E o que é um facto é que muito pouco ou nada ficamos a saber sobre a qualidade do trabalho efetuado por essa mesma equipa da candidatura ou até mesmo a avaliação dos conteúdos do projecto que irá ser apresentado e que fomos tendo uma ideia ao longo de todo este tempo todo. Sim, é verdade, todos ficamos a saber o que já sabíamos: a cultura custa muito dinheiro! E...a incultura?