detrás dos tambores de
uma grande asma
um ardor arfa no vidro
um eco
com o seu vento de longe
acorda-te apenas com os dedos
acorda-te apenas com os dedos
esboço
de uma derrocada de flautas tristes
de uma derrocada de flautas tristes
trata-se
de um anjo
bêbedo que veio dizer-te
que a fractura abriu pálpebras nas paredes
que uma
leve lua fende o chão
do rumor de um exército de cascos
que se aproxima
vem ajudar-te nos preparativos do festim
para
nos receber
chegaremos cansados
as preces encheram de pó as estradas
os soldados suspiram por haxixe
os soldados suspiram por haxixe
os cavalos não bebem ouro há três dias
prepara-nos banhos vinhos música
acende todas
as velas do oásis
espalha os incensos
enquanto esta carta atravessa a alegria
do reencontro
ao chegarmos
a mais alada das minhas filhas descerá
dir-te-á ao véu do ouvido ouve
vê
chove neste inferno
por isso dança
e um dia
ao regressares
tu pelos passos da criança
sorrir-te-á pelo caminho
a memória confusa de tudo
isto que te escrevo agora
em silêncio porque
ambos sabemos
ambos sabemos
felicidade e
oxigénio e voz
tudo isto é inflamável