Exposição "Canto da Maya" no Núcleo de Santa Bárbara |
sexta-feira, 10 de julho de 2020
Relógio de Sol
o rapaz sobre a amurada
vai casar com a rapariga
mais magra de todas
mas ainda é novo
lança alimento à praia
onde as gaivotas
se encontram
é o sítio onde mora
irá casar,
não passa da madrugada,
repousa agora,
é cedo
a irmã desse rapaz
deixou o pai morrer
casou com um libertino
amando-o como a uma profecia
dela a mulher de crença
gasta-se
com a luz do dia
o irmão de ambos
prá cidade servir
crivou a arma de balas
-sabe-se que a a alma é um número-
o homem enche-lhes o copo
d´água tinge-se-lhes o coração
plúmbeo cor de pedra
inevitável os persegue
são três as horas
que se lhes esgotam no corpo.
vai casar com a rapariga
mais magra de todas
mas ainda é novo
lança alimento à praia
onde as gaivotas
se encontram
é o sítio onde mora
irá casar,
não passa da madrugada,
repousa agora,
é cedo
a irmã desse rapaz
deixou o pai morrer
casou com um libertino
amando-o como a uma profecia
dela a mulher de crença
gasta-se
com a luz do dia
o irmão de ambos
prá cidade servir
crivou a arma de balas
-sabe-se que a a alma é um número-
o homem enche-lhes o copo
d´água tinge-se-lhes o coração
plúmbeo cor de pedra
inevitável os persegue
são três as horas
que se lhes esgotam no corpo.
Ana Paula Inácio in "As Vinhas do Meu Pai", Quasi Edições, Junho de 2000.
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