É como tu dizes, devia de novo
partir.
Nunca fui feliz numa casa.
Nunca fui feliz em família.
Nunca senti saudades, quando estava
só e distante. Toda a maravilha
do mundo para mim era o passeio
alto sobre o mar quando, com os
livros da escola
numa pasta, com passo rápido
andava, e inspirava o vento
da cor do sal e das piteiras
e fingia dar a mão
a uma rapariga: a maravilha, a raça
forte dos sonhos, os livros, o
cinema,
as longas viagens de comboio,
as longas travessias da alma
mas nunca as paredes de uma casa,
nunca.
Giuseppe Conte, traduzido
do italiano por Clara Rowland in No Cais da Poesia 2, Antologia, Organização
de Manuela
Júdice, Teorema, 2006, pág. 59.