segunda-feira, 7 de novembro de 2016

クラウド

Fotografia de André Almeida

Rabo de Peixe – Viver de “costas voltadas para o mar”

(retirado do sítio da FAUP)
“Ao longo de vários ciclos de investimento público – e um deles no valor de 23 milhões de euros, levado a cabo com fundos do Espaço Económico Europeu, há alguns anos -, os poderes públicos tentam resolver alguns défices, como o do saneamento básico, equipamentos e o da habitação, mas na leitura de Inês Rodrigues nem este foi plenamente resolvido nem foi dada atenção suficiente ao espaço público. Isto numa comunidade cujas sociabilidades se fazem, muito, na rua, usada como prolongamento do espaço doméstico, facto que não terá sido, diz, valorizado nos projectos.
Muitas das habitações sociais construídas não tiveram em conta os hábitos dos seus moradores e mesmo a estrutura dos seus agregados, muitos deles famílias numerosas, e o edificado acaba por ser modificado pelos próprios, numa tentativa de o adaptar a necessidades como, por exemplo, a de áreas para arrumo de apetrechos de pesca, explica Inês Rodrigues. E as ruas, na parte mais densa da localidade, continuam essencialmente a servir essas ligações locais, fechando esta zona da vila, e os respectivos moradores, sobre si próprios, numa guetização assumida no próprio nome do projecto financiado pelos fundos do EEE – Velhos Guetos, Novas Centralidades – que, na perspectiva da arquitecta, não chegou a ser resolvida.”

Abel Coentrão, in Jornal Público, 6 de Novembro, a propósito do livro “Rabo de Peixe – Sociedade e Forma Humana”, de Inês Vieira Rodrigues.

Ontem, escrito numa parede da cidade

Procrastinar agora não...