gotas
de chuva. Nas amadas
caras
loucas batem e batem
os
dedos amarelos das candeias.
Que
balouçam. Que são puras.
Gotas
e candeias puras. E as mães
aproximam-se
soprando os dedos frios.
Seu
corpo move-se
pelo
meio dos ossos filiais, pelos tendões
e
órgãos mergulhados,
e
as calmas mães intrínsecas sentam-se
nas
cabeças filiais.
Sentam-se,
e estão ali num silêncio demorado e apressado
vendo
tudo,
e
queimando as imagens, alimentando as imagens
enquanto
o amor é cada vez mais forte.
Pequeno excerto de do
poema «Fonte», de Herberto Helder, publicado
em A Colher na Boca, 1961.