Há vinte anos
atrás, Luís Filipe Rocha apresentou nas salas de cinema “Adeus, Pai”. O filme foi filmado nas Ilhas Terceira e São Miguel, para além de Lisboa. Ontem, de manhã, voltou a ser
exibido no Teatro Micaelense, em Ponta Delgada, através do Plano Nacional de Cinema, com a sala
cheia de estudantes e a presença do realizador. No final do filme houve
debate alargado, num acontecimento raro de presenciar pois estavam presentes estudantes
de todas as idades que quiseram sobretudo questionar o realizador sobre elementos
ficcionais pertencentes à história do filme. Luís Filipe Rocha, que acredita
que falar com o público espectador faz parte do caderno de encargos de quem dá
a ver os próprios filmes, começou por falar da sua necessidade enquanto
cineasta em contar histórias e que aquela era uma ficção que surgiu no
entrementes do filme “Sinais de Fogo”. Entre a preparação, rodagem e montagem,
esta longa-metragem demorou um ano a ser realizada. A verdade é que este autor de
cinema narrativo – “são as histórias que escolhem os seus contadores”- não
podia ter melhores companheiros de viagem. Durante uma hora, os alunos das
várias escolas da cidade insular, foram incansáveis nas perguntas, revelando
assim que houve encontro e empatia com as imagens presentes no filme, denotando
uma necessidade em ver “resolvidas” algumas interrogações que o filme suscita. No
final, o realizador respondeu que "é muito importante num determinado momento
do nosso crescimento ter um pai, alguém que nos pergunte ou simplesmente
comente como foi o dia” e, que muito embora “vivamos e suportemos uma realidade
palpável, concreta, real, transportamos sempre connosco muita fantasia,
imaginação e sonho”. Luís Filipe Rocha, que realizou recentemente a
longa-metragem “Cinzento e Negro”,
rodada nas Ilhas do Faial e do Pico, espera poder continuar a mostrar os seus
filmes e a “comunicar com eles”.