Fotografia de Carlos Olyveira |
Habitamos uma paisagem de cor
neutra
O presente não se sustém sem
perspetiva
E um homem julga escutar uma
mulher
Enquanto desabam pingos e não
desarma
Narra-se uma improvável
transparência
Ainda que turva, vagamente desalinhada
A confissão de um nativo fascínio
Nada chega para apartar a neblina
Outras vias chegaremos a discorrer
Até que seja executado o
reencontro
Do ar que respiramos sem conhecimento
O cansaço consente aquela partilha
A inadiável brecha tornada
visível
Assim o horizonte a queira clarear?