«Tiveste jeito, como qualquer de nós,/e foste campeão, como
qualquer de nós./Que é a poesia mais que o boxe, não me dizes?/Também na poesia
não se janta nada,/mas nem por isso somos infelizes./Campeões com jeito/é nossa
vocação, nosso trejeito./Esperam de 1 a 10 que a gente, oxalá, não se levante/-
e a gente levanta-se, pois pudera, sempre./Mas do miudame levámos cada
soco!/Achas que foi pouco?/ Belarmino:/Quando ao tapete nos levar/ A
morfina,/Tu ficarás sem murro,/ Eu ficarei sem rima,/Pugilista e poeta,
campeões com jeito/ E amadores da má vida».
Alexandre O´Neill