segunda-feira, 27 de abril de 2020
Dois Poemas de Daniel Faria
Histórias do País de Helena
Havia marinheiros
E havia Helena que sonhava
O que dói
in "Poesia", edição de Vera Vouga, Quasi edições, 2009.
Havia marinheiros
No país de Helena
Que morriam ao pôr do sol
E havia Helena que sonhava
Fazer um dia tranças às ondas
E um berço muito grande para o mar
Ítaca
O que dói
É
não poder apagar a tua ausência
e
repetir dia após dia os mesmos gestos
O
que dói
é
o teu nome que ficou como mendigo
Descoberto
em cada esquina dos meus versos
O
que dói
é
tudo e mais aquilo que desteço
Ao
tecer para ti novos regressos
in "Poesia", edição de Vera Vouga, Quasi edições, 2009.
Uma espécie de anjo ferido na raiz
Examinemos também a escrita
O solo negro deixado pelo fogo
O mecanismo semelhante às queimadas
Deixando a terra arável na sua devastação.
Tudo isto serve para retomarmos a pedra onde está escrita
A palavra nova
A pedra onde corre o sangue.
Enquanto perguntas pelas dez palavras.
Põe a boca na palavra líquida
Examina o coração de carne em vez da escrita antiga
O verbo onde jorra a palavra incessante
Há dentro dela uma palavra nupcial
Daniel Faria, in Poesia, Quasi Edições, 2009.
O solo negro deixado pelo fogo
O mecanismo semelhante às queimadas
Deixando a terra arável na sua devastação.
Tudo isto serve para retomarmos a pedra onde está escrita
A palavra nova
A pedra onde corre o sangue.
Enquanto perguntas pelas dez palavras.
Põe a boca na palavra líquida
Examina o coração de carne em vez da escrita antiga
O verbo onde jorra a palavra incessante
Há dentro dela uma palavra nupcial
Daniel Faria, in Poesia, Quasi Edições, 2009.
Subscrever:
Mensagens (Atom)