No porto
deserto
Só́ há́ um navio
Já́ triste e
cansado
O resto é vazio
No velho
costado
O mar
escreveu
Com algas e búzios
O que ele
sofreu
O que ele
passou
Sulcando
oceanos
Cruéis
temporais
Por anos e
anos
Nas horas
sem fim
Por noites e
dias
Das rotas
distantes
E das
calmarias
Navio parado
Em frente do
mar
Que bom é
partir
Que triste
é ficar
Mistério de
longe
Chamando,
chamando
Adeus que me
vou
Deus sabe
até quando.
Armando Côrtes
Rodrigues