quinta-feira, 12 de junho de 2014

Poesia

A água se ensina pela sede
A terra, por oceanos navegados
O êxtase, pela aflição;
A paz, pelos combates narrados;
O amor, pela cinza da memória
E, pela neve, os pássaros.

Emily Dickinson

Farol

Fotografia de Eduardo Brito

Retratos: João Correia Rebelo

Ilustração de Pedro Valim
        João Correia Rebelo nasceu em Ponta Delgada, São Miguel, na década de vinte do século passado. Era filho do pintor Domingos Rebelo e estudou Arquitectura na Escola Superior de Belas-Artes de Lisboa, concluindo o seu curso no início dos anos cinquenta. Gostava de desenhar e chegou a fazer uma exposição com desenhos seus sobre figuras do mundo do cinema de Hollywood em Ponta Delgada. Apelidado de moderno tinha vontade que a sua cidade de nascimento acompanhasse os novos valores e movimentos que emergiam na arquitectura do seu tempo. Por isso, fez crítica e intervenções, debateu o edificado existente e planificado, apontou novos rumos e apresentou propostas nem sempre aceites ou consensuais. Acreditava que a função do arquitecto era criar e não copiar, daí o seu universo arquitectónico girar em torno de duas figuras inventivas da arquitectura moderna: Le Corbusier e Frank Lloyd Wright. Esteve fora, emigrado, tendo regressado e sido, mais uma vez, crítico da pequenez e limitação de horizontes em que julgava viver. Tem uma obra com uma força imponente que vale pelo seu conjunto, destacando-se o Edifício dos CTT, em Vila do Porto, na Ilha de Santa Maria, o Colégio de São Francisco Xavier, em São Miguel, e a Estalagem da Serreta, na Ilha Terceira, entre outras.