perfuravas
uma desarrumação que dilacerava
fixavas
o poster com o Rui Jordão ou
apontavas
no globo o corno de África
as notas rasgadas do monopólio atrás da arca
o suor das fotografias os rostos enxugados
naquela
descida de rolamentos acelerada
até ao fim da curva
Aos
domingos nessas ruas com nome de infância
sabias
de imediato não poder atravessar
aquela
ruína cerrada ao fundo do quintal
o
medo acumulado para observar distante
num
verde baralhado da partida
embarcavas quase
secretamente sem pensar
no
desacordo da lua e do vento instável
falsas promessas de um prometido paraíso.