segunda-feira, 17 de dezembro de 2018

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Passo o teu nome da minha boca para este lugar de papel.
E assim tu vens, menina do rio,
louca e desastrada, nessa tua canoa de silêncios,
a entrar no poema.
Mãos em existência felina

e respirando sem pausas. Voltas a cabeça para o lado
da luz e abre-se devagar o talento incendiado 
do teu rosto.


Vasco Gato, in 47, edição do autor, 2005