Passo o teu nome da minha boca para este lugar de papel.
E assim tu vens, menina do rio,
louca e desastrada, nessa tua canoa de silêncios,
a entrar no poema.
Mãos em existência felina
e respirando sem pausas. Voltas a cabeça para o lado
da luz e abre-se devagar o talento incendiado
do teu rosto.
Vasco Gato, in 47, edição do autor, 2005