sábado, 17 de novembro de 2018

Sol de Março sobe ao Palco do Teatro Micaelense




É hoje, no Teatro Micaelense, às 21h30, inserido no evento literário “Arquipélago de Escritores”, que se apresenta a banda de Medeiros/Lucas para mais um espectáculo da sua digressão do Outono. Em palco irão estar a voz de Carlinhos Medeiros, a guitarra de Pedro Lucas, o baixo de Augusto Macedo, a bateria de Ian Carlo Mendonza e os sintetizadores de Rui Souza. Durante o concerto serão ouvidos temas dos três álbuns editados: “Mar Aberto” (2015), “Terra do Corpo” (2016) e “Sol de Março” (2018), sendo as letras dos últimos dois discos pertença do escritor micaelense, João Pedro Porto. Assim, aguarda-se uma sala bem composta para uma noite musical com sabor a mar, corpo e luz.

Cabo Verde: E já lá vão três!


           A aventura musical caboverdiana nos Açores começou em Maio com o concerto dos Alma Crioula no Teatro Micaelense. Em palco, a presença e voz de Jenifer Soledad mas, sobretudo, ficou patente na mestria de Bau e respectiva descendência num concerto contido, mas  intenso. O músico Bau é autodidacta, já esteve ao lado de Cesária Évora ou acompanhou músicos como Tito Paris ou Bius, onde fundou os Gaiatos. A sua carreira viria a ter um momento alto com o tema “Raquel”, a "mazurka" que foi parte integrante do filme Fala com Ela, banda sonora da obra do realizador Pedro Almodóvar. Este músico amante do cavaquinho, natural da ilha de Santiago, continua assim  a ter im papel impulsionador de novas vozes e talentos emergentes no seu país.
                Seguiu-se, em Setembro, a voz de Elida Almeida, cabeça de cartaz da edição deste ano do Azores Burning Summer Festival, em Porto Formoso, numa digressão por Portugal depois do sucesso retumbante no arquipélago cabo-verdiano. Numa noite de mornas, coladeras e funaná, o concerto terminaria ao rubro com o público rendido a dançar de forma vibrante, esforçando-se por cantar num crioulo improvisado as canções sugeridas em encore. Alguns minutos depois a festa cabo-verdiana tornou-se ainda mais intensa com o encerramento efetuado pelos Fogo, Fogo, que deu o mote para o primeiro dia do festival com uma prestação inesquecível rodeada de água e bailarico. Apesar do dilúvio, o público não arredaria pé.
              Agora em Novembro, no Festival "O Mundo Aqui", numa proposta assente na diversidade cultural e na integração social dos imigrantes no arquipélago, foi a vez de Nancy Vieira transportar na sua voz os aromas e sabores da terra de Cise e Bana. É certo que a acústica daquele espaço, o multiusos das Portas do Mar, pode não ser o melhor para a exploração das diferentes sonoridades em questão ou mesmo para um concerto desta natureza, no entanto os músicos e a cantora evidenciaram uma entrega intensa, empenhada e irrepreensível. Ao longo do concerto, a cantora revelou talento e demonstrou aos açorianos que as ilhas atlânticas são, muito embora já o soubéssemos há muito tempo,  curioso viveiro de músicos, canções bonitas, sentimentos de partilha e interessantes cumplicidades.