sexta-feira, 26 de fevereiro de 2016

Ontem, escrito numa parede da cidade

As minhas amigas Sinónimas têm razão. Eu devia deixar de incomodá-las durante a noite.

(Pára-me de Repente…)

Pára-me de repente o pensamento…
-Como se de repente sofreado
Na Douda Correria…em que, levado…
-Anda em Busca…da Paz…do Esquecimento.

-Pára Surpreso…Escrutador…Atento
Como para…um Cavalo Alucinado
Ante um Abismo…ante seus pés rasgado…
-Pára…e Fica…e Demora-se um Momento…

Vem Trazido na Douda Correria
Pára à beira do Abismo e se demora

E Mergulha na Noute, Escura e Fria
Um olhar d´Aço, que na Noute explora…

-Mas a Espora da dor seu flanco estria…
-E ele Galga…e Prossegue…sob a Espora!

Ângelo de Lima

Sob o Lado Esquerdo

De vez em quando a insónia vibra com a nitidez dos sinais, dos cristais. Então, das duas uma: partem ou não se partem as cordas tensas da sua harpa insuportável.
No segundo caso, o homem que não dorme pensa:“o melhor é voltar-me para o lado esquerdo e assim, deslocando todo os peso do sangue sobre a metade gasta do meu corpo, esmagar o coração.”

Carlos de Oliveira