sábado, 20 de julho de 2013

Il Sorpasso

"A Ultrapassagem" de Dino Risi (1962)

Roberto Mariani: Ti giuro che ho visto.

Bruno Cortina: -Ma che sei matto, te voi impiccia' con le testimonianze, voi passa' il ferragosto al commoissariato?

Emoções

        “Sem qualquer excepção, homens e mulheres de todas as idades, de todas as culturas, de todos os graus de instrução e de todos os níveis económicos têm emoções, estão atentos às emoções dos outros, cultivam passatempos que manipulam as suas próprias emoções, e governam as suas vidas, em grande parte, pela procura de uma emoção, a felicidade, e pelo evitar de emoções desagradáveis. À primeira vista, não existe nada de caracteristicamente humano nas emoções, uma vez que é bem claro que os animais também têm emoções. No entanto, há qualquer coisa de muito característico no modo como as emoções estão ligadas às ideias, aos valores, aos princípios e aos juízos complexos que só os seres humanos podem ter, sendo nessa ligação que reside a nossa ideia bem legítima de que a emoção humana é especial. A emoção humana não se reduz ao prazer sexual ou ao pavor aos répteis. Tem a ver, igualmente, com o horror de testemunhar o sofrimento e com a satisfação de ver cumprida a justiça; ou o nosso deleite face ao sorriso sensual de Jeanne Moreau ou à densa beleza das palavras e ideias da poesia de Shakespeare (…) A emoção humana pode até ser desencadeada pela música barata ou pelo cinema de má qualidade cujos poderes não podem ser subestimados.”

António Damásio in “Sentimento de Si”

Émulos

Foi com amor aquilo que fizemos
ou acto tácito? – os dois carentes
e sem manhã sujeitos ao presente;
foi logro aceite quando nos fodemos
Foi circo ou cerco, gesto ou estilo
o acto de  abraçarmos? Foi candura
o termos juntos sexo com ternura
num clima de aparato e de sigilo.
Se virmos bem ninguém foi iludido
de que era a coisa em si – só o placebo
com algum excesso que acelera a libido
E em palavrosa, injusta desconcebo
o zelo de que nada fosse dito
e quanto quis tocar em estado líquido

Margarida Vale do Gato 

Curiosidade

A cura para o tédio é a curiosidade. Não há cura para a curiosidade.”

Dorothy Parker  (1893-1967)