ainda me
treme o parvalhão do corpo,
do que houve
que fazer para ganhar o nosso,do que houve que esburgar para limpar o osso,
do que houve que descer para alcançar o céu,
já não digo esse de Vossa Reverência,
mas este onde estou, de azul e areia,
para onde, aos milhares, nos abalançamos,
como quem, às pressas, o corpo semeia.
Alexandre O´Neill, Poesias Completas, 1951/1981, Biblioteca de Autores Portugueses,Imprensa Nacional Casa da Moeda.