domingo, 25 de junho de 2017

Cumprimento Colegial

Fotografia de Carlos Olyveira



Ontem, escrito numa parede da cidade

Sócrates não vales nada! Assinado: Aristófanes.

Susana Baca: Pura Seda Latino Americana

Imagem da Editora Luaka Bop

             Foi com a canção “De los Amores”, presente no álbum “Eco de Sombras”, editado em 2000, pela Luaka Bop, que Susana Baca abriu o espectáculo “Afrodiaspora”, a digressão que passou ontem à noite por São Miguel, pelo Teatro Micaelense. Começou assim e, muito bem, o seu Landó, nome cunhado pelo recitador e etnomusicólogo, Nicomedes Santa Cruz, uma espécie de dolência dos ritmos peruanos, essa particularidade de cadências lentas e arrastadas, o canto dos escravos afro-peruanos e da sua triste melancolia, ao mesmo tempo que nos surge aos ouvidos de forma pacífica e equilibrada na sua essência. Durante hora e meia somos transportados para um universo mestiço de várias tonalidades, tão rico de ritmos e expressões. 
Susana Baca, com os seus pés descalços, apresentou-se de laranja para cantar os seus poetas afro-peruanos, homenageou Frederico Garcia Lorca, Leonard Cohen ou Enrique Morente, evocou  Chabuca Granda, tendo sido extraordinariamente secundada pelos músicos que a acompanhavam: Oscar Huaranga (contrabaixo), Ernesto Hermoza (guitarra e charango) Hugo Bravo (percussões) e María Elena Beleván (violinista).
Por último, finalizou o concerto com um encore e com o público rendido de pé, regressando ao palco para dançar de forma mágica e radiosa ao som de Panalivio Zancundito. 

Um Verso de Ruy Belo

À sombra dos plátanos as crianças dançarão