banalidades
típicas de um falso místico
sem
religiosidade nem reino
amaldiçoei
um absurdo destino
havemos de
renascer noutro consolo
sensações
desviadas de um outro percurso
num
aguaceiro feliz e destemido
Ao devolver
a candeia do presente
essa água
que escorre das montanhas
pela
limpidez secreta dos riachos
e o ciclo
deslizante da estação
lemos
sinónimos por germinar
protegidos
de admiração mútua
vestimos
trajes com flores e pássaros
é a mais
provável das verdades
fomos
inteiros sem desconfiar
Lento Purgar de Casa Caiada
Reentramos
naquela casa por caiar
houve
desencontro ao volver da esquina
afastamo-nos
com uma una garantia
desfeitos da
tensa e fogosa proximidade
arriscamos unhas
e sementes
esmaecido
colorido das flores
Invadem com
sombra as multidões
À hora de
afogar vícios e glórias
Em suados ventres exibido nas camisas
Ávidas
paisagens abandonadas
Ardem como
mitos em lume brando
Esquecem inclinações
e desapego
Envoltos de dores e perdas consentidas
Das veias
temperadas e genuínas
Secos de
fontes e torrentes
Apagam velas e fogos de contentes