domingo, 15 de outubro de 2017

A Ophelia, os Lumière e Correspondência

Fotografia de Carlos Olyveira 
 Fernando Pessoa escreveu cartas apaixonadas para o seu amor Ophelia (ao todo julga-se que terão sido 48 cartas e que só seriam publicadas em 1978) e onde principiava sempre com “Meu querido amorzinho” ou  "Meu Bébézinho". Hoje também podíamos ter escrito a Ophelia, sobretudo a esta que por aqui se atravessou em forma de furacão. Escrever também de forma superlativa, essencialmente, para agradecer mais este dia de sol, esta lazeira canicular em que se tornou Outubro e que prolonga a dita estação estival para calendas insuspeitáveis. O Verão vai, por isso, dilatando já que o calor ainda  não declinou. Ontem, no Teatro Micaelense, Stanley Kubrick envolveu e revolveu as consciências (e de que maneira!) com o seu filme do início da década de 70: “Laranja Mecânica”. Tantos anos depois ainda se retiram lições para compreender o ciclo vicioso da violência e as estratégias da sua dissolução e promoção por parte das estruturas do poder. O suplemento Ípsilon, do Jornal Público, fala também dos homens que inventaram o cinema com o filme “La Sortie de l´Usine Lumière à Lyon”. Dez páginas para evocar o nascimento da sétima arte que, segundo Thierry Frémaux, estes inventaram  três vezes: “a técnica, a arte e a sala.” Saúde-se, por último, também o regresso do poeta micaelense Leonardo à edição de poesia, desta feita acompanhado por Paula Sousa Lima, num título epistolar denominado de “Correspondência”. A edição é das Letras Lavadas.