O mar quantas vezes
três araucárias apenas
e ele de frente
três araucárias apenas
e ele de frente
Constrói a tua casa, mas de pedra,
e os alicerces que tenham
o fundamento que em ti achaste.
As madeiras sejam das mais duras
e secas como os antigos sabiam
que se secam as madeiras de obra.
Não deixes nada ao descuido
dos que não vão habitá-la,
nada à pressa desses
que sem amor constroem.
Cada janela, cada porta,
cada quarto e os corredores
no espaço certo: tudo
tão certo e próprio como depois
não te sentires nunca estranho
na casa que construíste.
E não é necessário que seja
uma casa grande. Seja
apenas a tua casa, medida
pelo tamanho de a habitares
como habitas o teu corpo:
uma casa que respire
e se alegre ou entristeça
como tu respiras, como
sabes rir, ou como
te entristeças. Uma casa
verdadeiramente a tua casa,
que construíste e sobreviva
a todas as tuas mortes.