Augusto Gomes |
"Mercado Duque de Bragança, que a
nossa gente chama simplesmente de Praça, antiga cerca do Convento da Esperança,
possui três entradas, a saber: pela Rua da Sé, prolongamento da rua de Jesus;
pela rua da Esperança, junto do Teatro Angrense e ao norte pela rua do Rego,
tornando-se assim facilmente praticável o seu acesso aos utentes vindos de
todos os lados da cidade.
Antigamente, tal como hoje, era
este mercado fechado, com a diferença que no lugar das actuais portas existiam
cinco imponentes pórticos encimados pelas armas da cidade, existindo junto dos
pórticos fronteiros à rua da Esperança, um chafariz.
O centro do recinto era
ornamentado por frondosas árvores, podendo-se ver, amarrados aos troncos,
vários cães de fila (cruzamento do pastor alemão com o bulldog inglês), de cujo
pormenor anatómico, iria originar a alcunha picaresca de “rabos tortos”, com que ficariam conhecidos os terceirenses.
Com a extinção do mercado do
peixe (casa do peixe), situado junto à Prainha, passou a efectuar-se a venda
deste produto na parte oeste deste mercado.
Presentemente, além da carne, do
peixe, dos produtos hortícolas e frutíferos, existem barracas que vendem pão,
leite e mercearias, vestuário, e utilidades domésticas."
n o “Filósofos da Rua” de Augusto Gomes, pág.138, editado por Jaime Cruz, a impressão fica
concluída nas Sanjoaninas de 1984, com uma tiragem de 1500 exemplares.