quarta-feira, 3 de agosto de 2016

Sala de Embarque: Agosto é no Arco 8 de Santa Clara

         Agosto nos Açores é semelhante a estar junto de um braseiro, uma lassitude que se instala e propaga, ainda que raramente haja vento, uma humidade que não se aguenta. E, por isso, insistimos assim, no gerúndio, trabalhando, ensaiando, à noitinha, quando é possível respirar. Hoje, quando aqui chegamos, Santa Clara ainda se encontrava com aquela cor azul anilina, transparente, qual lugar excelso e prazenteiro ao fim da tarde. Saúde-se novamente a luz coada quando o sol se depõe e o mar chão é sinónimo da luz espelhada ao comprido. Trata-se de um espectáculo cromático assaz divertido, conjuntamente com a policromia das casas e daquela atmosfera marítima circundante.
Este texto teatral começou por ser pensado para as tábuas do palco em Agosto, mas julgo que ainda vai ser preciso mais algum tempo. Será certamente a nossa "Canção de Setembro", o nosso desafio de até lá montar algo em que tenhamos orgulho e paixão na sua apresentação. Este grupo que aqui se juntou é bastante cúmplice, dinâmico, arraigadamente coeso. O teatro junta sempre tanta gente, tantas pessoas que ainda gostaria convidar, daí ter estendido o convite ao músico João Macedo para compor a “banda sonora”. Ele assiste aos ensaios, ouve e reflecte quais os sons a incluir em algumas partes da peça. Depois, contamos esperar algum tempo pelo resultado desta sua experiência. O mesmo irá acontecer com o cenário, que queremos que seja de nuvens, memórias, futuro e, muita, muita, fantasia. E é claro, quando pensarmos no trabalho relacionado com a imagem/divulgação deste espectáculo que pretendemos colectivo, teremos aqui que contar  com o ensejo da Júlia Garcia e da Tipografia Micaelense.