sexta-feira, 10 de maio de 2013

Aos 39 anos a democracia…


        “-Vamos fugir das grandes palavras, mas há realmente uma prioridade que é a prioridade da comunidade financeira, que se apoderou de todos os centros de irradiação de ideias e de todos os centros de poder. Vemos isso na Europa. Ou nos impõe uma globalização como forma de nos sonegar a possibilidade de escolhermos o que quer que seja. Somos obrigados a sobreviver num quadro que é o quadro que resulta da globalização. Temos que lidar com a globalização vista como um tremendo constrangimento histórico. E depois temos a Europa e a ideologia dominante sob a forma disfarçada de competência técnica, de sabedoria de esferas inacessíveis e tecnocrática que nos é imposta como solução única. Se todos os partidos, com histórias diversas, aceitam converter-se em serventuários dessa cartilha, a democracia converte-se num ritual vazio e isso dá cabo de tudo, dá cabo de políticos e dá cabo de partidos.”

Sérgio Sousa Pinto, in Público, entrevista de São José Almeida e Nuno Lourenço, dia 9 de Maio de 2013.

O que disse Nicolas Hildyard, em 1991:

        “Ser privado de poder é bastante mais do que ver-se impedido de exercer o direito de voto ou sem estruturas de governo formalmente democráticas. Deter um poder real, o poder que confere a uma comunidade a competência para resolver as decisões que afectam a sua vida quotidiana e o seu futuro, implica mais que o simples gesto de introduzir, de cinco em cinco anos, um voto na urna: exige que a comunidade como um todo seja capaz de exercer um controlo significativo sobre os assuntos económicos, sociais e políticos.”