“-Vamos fugir das grandes palavras, mas há realmente uma prioridade que
é a prioridade da comunidade financeira, que se apoderou de todos os centros de
irradiação de ideias e de todos os centros de poder. Vemos isso na Europa. Ou
nos impõe uma globalização como forma de nos sonegar a possibilidade de
escolhermos o que quer que seja. Somos obrigados a sobreviver num quadro que é
o quadro que resulta da globalização. Temos que lidar com a globalização vista
como um tremendo constrangimento histórico. E depois temos a Europa e a
ideologia dominante sob a forma disfarçada de competência técnica, de sabedoria
de esferas inacessíveis e tecnocrática que nos é imposta como solução única. Se
todos os partidos, com histórias diversas, aceitam converter-se em serventuários dessa cartilha, a democracia converte-se num ritual vazio e isso
dá cabo de tudo, dá cabo de políticos e dá cabo de partidos.”
Sérgio Sousa Pinto, in Público, entrevista de São José Almeida e Nuno Lourenço, dia 9 de Maio de 2013.
O que disse Nicolas Hildyard, em
1991:
“Ser privado de poder é bastante mais do que ver-se impedido de exercer
o direito de voto ou sem estruturas de governo formalmente democráticas. Deter
um poder real, o poder que confere a uma comunidade a competência para resolver
as decisões que afectam a sua vida quotidiana e o seu futuro, implica mais que
o simples gesto de introduzir, de cinco em cinco anos, um voto na urna: exige
que a comunidade como um todo seja capaz de exercer um controlo significativo
sobre os assuntos económicos, sociais e políticos.”
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