sábado, 8 de dezembro de 2012

Social-Democracia

Foto: FN



     "Nunca seremos vítimas desamparadas de forças anómicas. Nunca deixaremos de confiar  totalmente as decisões a profissionais e a especialistas. A política é susceptível de ser pensada e julgada por cada um de nós. Isto porque dependem em último caso de ideais e de ideias."
                                                                                                                                           Olof Palme

Diários de Angra

"A Volta dos Barcos" (1891)
de José Júlio de Souza Pinto  
      Como se fosse a primeira vez, aliás, é sempre a primeira vez quando quando voltamos aos lugares onde apenas estivemos de passagem. Regresso assim a Angra do Heroísmo com uma antiga missão: encontrar "vestígios de vida" do pintor naturalista, José Júlio de Souza Pinto. Há três anos deu-se um caso insólito na Ilha do Faial, fui surpreendido com um postal à entrada do Museu Municipal da Horta e, mais tarde, pela respectiva obra na sala de exposições. A pintura intitula-se "A Volta dos Barcos", consta também a indicação (Póvoa, 1891), um ano antes da ocorrência da maior tragédia marítima naquela cidade. A partir de 28 de Fevereiro de 1892, as mulheres e os pescadores poveiros deixaram de poder usar cores garridas e passaram a trajar de preto. O quadro é elucidativo da angústia, o desespero contido de quem espera indefinidamente por alguém que lhe é próximo e não sabe se volta. O pintor José Júlio de Souza Pinto nasceu antes da invenção do cinema, mas é através dele que eu imagino, visualizo, recrio a vida dos meus antepassados naquele tempo. Adriano de Souza Lopes diz mesmo que foi nesta cidade nortenha que este pintou os melhores quadros de composição. Por isso, decidi "procurá-lo" na terra onde nasceu e viveu até aos três anos de idade, pois logo a seguir o seu pai mudar-se-ia para a Ilha de Santa Maria, para aí exercer as funções de Juiz de Direito.