A essa terra que não era a tua
deste o vigor dos teus braços,
deste o teu suor
e o teu engenho.
deste o vigor dos teus braços,
deste o teu suor
e o teu engenho.
Por essa terra que não era a tua
deste generosamente o teu sangue.
E deste-lhe, povoador de mundos,
os teus filhos.
Agora, fechados os portos à tua entrada,
já o mar não é caminho aberto de emigrantes,
o mar não é mais a estrada livre dos barcos
de clandestinos...
O Mar...
(você o disse Jorge Barbosa)
é o hoje a nossa prisão sem grades.
Irmão, deixá-lo...
Nas nossas ilhas erguemos o sonho que te negam
O nosso mundo.
in Jornal Arauto, 23 de Março de 1964.