Que
vergonha, rapazes! Nós práqui,
caídos na
cerveja ou no uísque,
a enrolar a
conversa no “diz que”
e a
desnalgar a fêmea (“Vist’? Viii!”)
Que miséria, meus filhos! Tão sem jeito
é esta
videirunha à portuguesa,
que às vezes
me sorgo no meu leito
e vejo
entrar quarta invasão francesa.
Desejo recalcado, com certeza...
Mas logo
desço à rua, encontro o Roque
(“O Roque
abre-lhe a porta, nunca toque!”)
e desabafo:
- Ó Roque, com franqueza:
Você nunca quis ver outros países?
-Bem queria,
Sr. O’Neill! E... as varizes?
Alexandre O`Neill in "De Ombro na Ombreira" (1969)