segunda-feira, 4 de agosto de 2025

Lourdes Castro: Sombras no CAC.

         Lourdes Castro faleceu no Inverno de 2022, com 91 anos. A sua exposição em solo açoriano, no próximo mês de Setembro, é o acontecimento mais aguardado do CAC (Centro de Artes Contemporâneas), na Ribeira Grande.
  Recuemos até 2017, a uma sessão de cinema na Galeria Arco 8 e ao documentário “Pelas Sombras” (2010), filme extraordinário de Catarina Mourão que, à altura, ganhou o Prémio do Público no IndieLisboa. Nesse incursão fílmica de oitenta e três minutos, foi possível perscrutar o universo artístico de Lourdes Castro, artista plástica oriunda da Madeira que foi bolseira da Fundação Gulbenkian, que  viveu em Lisboa,  Paris, Berlim e na cidade do Caniço, na Ilha da Madeira. A artista, a determinado momento do documentário, proferiu a seguinte frase :"Às escuras e em silêncio é que se trabalha."
          Quem mergulhou neste admirável filme, conseguiu, por instantes, penetrar naquelas sombras, antever o mistério da sua criação artística. Curiosamente a obra de Lourdes Castro não se fixou na pintura, pois obteve ao longo da sua carreira várias configurações – plexiglas, desenho, colagens, assemblages, peças em tecido, acrílico florescente recortado, etc. Uma obra extensa também na sua diversidade de composições e plataformas. Esta artista fez também parte da KWY (movimento artístico com revista homónima entre 1958/1964), sendo que a sua obra encontra-se espalhada por museus nacionais e estrangeiros e colecções portuguesas.
          O CAC (Centro de Artes Contemporâneas) ainda não divulgou o conteúdo da exposição, no entanto esperamos que esta sirva para nos aproximarmos ainda mais de uma das obras artísticas mais consistentes e celebradas da cultura portuguesa e insular.