Lourdes
Castro faleceu no Inverno de 2022, com 91 anos. A sua exposição em solo
açoriano, no próximo mês de Setembro, é o acontecimento mais aguardado do CAC
(Centro de Artes Contemporâneas), na Ribeira Grande.
Recuemos até 2017, a uma sessão de cinema na Galeria Arco 8 e ao
documentário “Pelas Sombras” (2010), filme extraordinário de Catarina Mourão que,
à altura, ganhou o Prémio do Público no IndieLisboa. Nesse incursão fílmica de oitenta e
três minutos, foi possível perscrutar o universo artístico de Lourdes Castro,
artista plástica oriunda da Madeira que foi bolseira da Fundação Gulbenkian,
que viveu em Lisboa, Paris, Berlim e na cidade do Caniço, na Ilha
da Madeira. A artista, a determinado momento do documentário, proferiu a
seguinte frase :"Às escuras e em silêncio é que se trabalha." As sombras foram o motivo do seu labor profissional.
Quem mergulhou neste admirável filme, conseguiu,
por instantes, penetrar naquelas sombras, antever o mistério da sua criação
artística. Curiosamente a obra de Lourdes Castro não se fixou na pintura, pois
obteve ao longo da sua carreira várias configurações – plexiglas, desenho, colagens, assemblages, peças
em tecido, acrílico florescente recortado, etc. Uma obra extensa também na sua
diversidade de composições e plataformas. Esta artista fez também parte da KWY
(movimento artístico com revista homónima entre 1958/1964), sendo que a sua
obra encontra-se espalhada por museus nacionais e estrangeiros e colecções
portuguesas.
O CAC (Centro de Artes
Contemporâneas) ainda não divulgou o conteúdo da exposição, no entanto esperamos
que esta sirva para nos aproximarmos ainda mais de uma das obras artísticas mais
consistentes e celebradas da cultura portuguesa e insular.
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