A Exposição está patente até ao 31 de Janeiro de 2018 |
Aprendi a ver as suas fotografias em silêncio, circunspecto, na altura junto dum café desmedido com umas janelas em que se avistava o azul atlântico daquele mar. Sozinho, ainda muito jovem, fixava o seu apelido algo alienígena e apreciava o que de melhor podia conter a palavra respeito perante tamanhas imagens enigmáticas. Isso e também beleza. Recordo, por isso, as páginas dos Cadernos e suplementos do jornal “O Independente” em que este chegou a colaborar com regularidade. Alguns dos seus trabalhos, de tão sombrios e austeros, perturbavam e interrogavam, à altura, os dias de euforia pós entrada na união europeia. Tantos anos depois, regresso novamente às suas fotografias para agradecer-lhe o gesto, louvar este seu mergulho no mistério e na oração. Estas chapas são sobre o Mosteiro de Santa Maria Scala Coeli, a ‘Cartuxa de Évora', e revelam-nos o interior da fé e da dedicação bem como o que resta desse altar de prece e de reflexão.