quarta-feira, 15 de julho de 2015

contemplação

tudo está quieto. é mesmo assim.
frágil é a vida.
pobres de nós que rastejamos
em busca de uma palavra de conforto
para mais um dia que dança
à volta de si mesmo.

perguntamo-nos a nós próprios
como se pode caminhar
na estrada que comete  todos os crimes;
tudo acontece como se fosse
a primeira vez. e é.

a dor é a criatura mais antiga da alma.

Sónia Bettencourt, Angra do Heroísmo, Pena e Pluma, 2003.