Canal
No Canal de Estocolmo extasiado
Deram-me um leme e eu navego
É o verão cheio à tua procura
É o verão cheio à tua procura
Poça Ti Silvina
Dentro é calor demasiado
Corpo dormente, apatia,
E é hora de arrepiar caminho
Hora do Mercado
Escutam-se os pássaros ao jantar
Invasores, pousam no braço das cadeiras,
Amanhã voarão junto à penedia
Tás Cá?
Encerraram a porta antes da madrugada
Não vá o poeta amanhecer
A recitar versos nas caixas dos correios
Frescas
Bebemos sem expressar dúvidas
Ultrapassando todos os limites
Do mar de incertezas a que acabamos de chegar
Nuvens de Lá
Decoro os seus nomes com vagar
Enquanto o tempo ajuda a clarificar
E nem da janela já as avistamos
Nova Política
Servidores da polis com vigor
Encarar de frente o obscurantismo secular
Até ganhar de vista um horizonte
Candelária
Duas palmeiras elevadas ao céu
Embalam a harmonia de brasas
São círios que se acendem até ao mar
Catarata
Irrompeu assim uma nuvem invasora
Nada restou senão imaginar
Outras quedas ainda maiores
Domingo
Em busca do silêncio coral
Abarcamos sábio legado em movimento
Um diálogo marinheiro com as águas
Um diálogo marinheiro com as águas