O
Tremor regressa às ruas e aos palcos da ilha de São Miguel entre os dias 19
e 23 de Março. Entretanto, passaram dez anos após a primeira edição e, nesse
sentido, invade-nos por isso uma nostalgia neste momento de data redonda. Uma
década depois já não há espaços como a Travessa dos Artistas, na Travessa dos
Henriques, o Arco 8, em Santa Clara, ou mesmo a Tascá, na
rua de Lisboa. O aluguel das casas no centro de Ponta Delgada regista preços
astronómicos e comer uma sandes de atum com sementes de sésamo tornou-se numa
espera descomunal e um aparato cénico destinado a hordas de turistas leitores
de panfletos turísticos. Saudades, assim, do outro tempo mas felizes pelo regresso anual deste tão apregoado e engordado certame musical que não pára de crescer.
Desta
feita, o Tremor continua alegremente o seu percurso ascendente e, para já, promete “41
artistas de geografias diversas”, afirmando-se presentemente como o grande
evento musical do arquipélago. Continua, assim, a desbravar espaços e
arriscar concertos, audições e parcerias dignos de entusiasmo e atenção. Ao
longo dos últimos anos foi criando ramificações e comparência na Ribeira
Grande, ocupando a blackbox do Centro de Artes, Arquipélago, a sala principal
do Teatro Ribeiragrandense ou o interior do Mercado Municipal para incluir
muita da sua programação. Curiosamente, este ano há menos Ribeira Grande e mais
Rabo de Peixe, valha-nos isso! Que seja grande a festa como sempre!