quinta-feira, 31 de agosto de 2017

A Fechar Agosto

Party de Aldous Harding 


"I was as happy as I will ever be
Believe in me
I will never break from you
If there is a party, will you wait for me?"



in "Party" de Aldous Harding

Sábado, às 21h30, no Azores Burning Summer em Porto Formoso


Medeiros/Lucas 


                  Já passou mais de um ano desde a apresentação de quatro temas do segundo disco, “Terra do Corpo”, da dupla Medeiros/Lucas na edição do Tremor de 2016. À altura da apresentação, na Oficina-Museu do Trabalho, uma casa típica do mundo de sonhos, os músicos deram o pontapé de saída do festival com os designados “concertos na estufa”. A novidade do espectáculo trazia também as letras do escritor micaelense: João Pedro Porto. Foi preciso passar um ano bem como a primeira edição do “Pontes –Gramáticas da Criação”, em Abril recente, onde deram um belíssimo concerto na Igreja da Mãe de Deus, para acalentarmos o anúncio de nova presença. 
Sendo assim, é a vez de Porto Formoso e o Burning Summer Festival os receberem de coração e  mar aberto para mais um concerto no arquipélago açoriano, escutar esta música atlântica carregada de espuma e baloiço das ondas. Atlântica e insular, pois claro. Baloicemos como navios em portos vazios ou tal e qual marinheiros embriagados ao entardecer com a saudade feita sina. Esta música é nossa e é de todos e, talvez por isso, o verão é este fogo que arde para voltar a viver!

quarta-feira, 30 de agosto de 2017

quinta-feira, 10 de agosto de 2017

I Know that Feelling...o Adeus a Sam Shepard.

         Sam Shepard deixou-nos neste final do mês de Julho, aos 73 anos. O dramaturgo nasceu a 5 de Novembro de 1943 tendo escrito de mais de 40 peças de teatro, ainda argumentos para cinema tal como "Paris, Texas", filme de 1987 do alemão Wim Wenders, que contou também com a participação de L.M - Kit Carson. Foi amigo da cantora Patti Smith pois chegou a tocar bateria com o agrupamento musical “Holy Modal Rounders”. O seu texto teatral "Burried Child" venceu o Prémio Pullitzer em 1979. Fez parte da cena psicadélica, foi preso duas vezes por conduzir embriagado e há vários anos que sofria de esclerose lateral amiotrófica, doença que o tornou incapaz de ter uma vida normal. Recordarei para sempre dele este curioso diálogo de “Paris Texas”:


"Travis: I knew these people…
Jane: What people?
Travis: These two people… They were in love with each other. The girl was… very young, about seventeen or eighteen, I guess. And the guy was… quite a bit older. He was kind of ragged in, wild. She was very beautiful, you know.
Jane: Yeah.
Travis: And together they turned everything into a kind of an adventure and she liked that. Just an ordinary trip down the grocery store was… full of adventure. They were always laughing at stupid things. He liked to make her laugh. And… They didn’t much care for anything else, because all they wanted to do was be with each other. They were always together.
Jane: Sounds like they were very happy.
Travis: Yes, they were. They were real happy. And he, he loved her more than he ever felt possible. He couldn’t stand being away from her, uh… during the day when he went to work. So, he quit. Just to be home with her. Then he got another job when the money ran out, then he quit again. But pretty soon, she started to worry.
Jane: About what?
Travis: Money, I guess. Not having enough. Not knowing when the next check was coming in.
Jane: Yep. I know that feeling."

quarta-feira, 9 de agosto de 2017

No "Out of Blue Hostel" até 7 de Setembro

Ruas Com Gente Dentro – Mostra fotografica di Carlos Olyveira

«Quando fissiamo lungamente lo stesso oggetto, lo trasformiamo», Del Manoscritto “Contos do Gin Tonic”, de Mário-Henrique Leiria.
       
       “La mostra fotografica di Carlos Olyveira “Ruas Com Gente Dentro”, presenta un insieme di immagini, dodici in tutto, scattate nelle strade e nei luoghi del centro di Ponta Delgada, negli spazi di rinnovamento culturale e sociale.
Restaurante vegetariano "Rotas" por Carlos Olyveira
         Tutte le fotografie, riprendendo persone nelle strade, nel segno del quotidiano e della novitá, individuano questi rinnovati punti di riferimento, dal negozio gourmet all´ostello in costruzione, dal ristorante vegetariano alla galleria d’arte, dall’atelier di moda ai negozi di artigiani, al lavoro tipografico, fino all’ozio creativo e agli incontri nei cosidetti “bar alternativi”.
        Il fotografo mette in discussione, attraverso l’estetica in bianco e nero, il cambiamento provocato dai viaggi a basso costo e le trasformazioni indotte dal flusso dei turisti. È evidente, nelle fotografie, la presenza umana, dove la vicinanza e le relazioni sono segnate da questi codici cittadini associati alla trasformazione dei luoghi e del suo nuovo modus vivendi.
      Carlos Olyveira ci offre un possibile mosaico cittadino a forma di specchio, inizia un dialogo con i luoghi di tutti i giorni (sono o non sono spazi rilevanti per affermare l’identità citadina?) e ci fornisce campo aperto per prospettive e sensazioni distinte. E perché non dire che è un momento propizio per riflettere su come ci rappresentiamo e ci vediamo.”
Tradução para o italiano: Eva Giacomello

segunda-feira, 7 de agosto de 2017

Hoje, ao fim da tarde, no Out of Blue Hostel, Rua da Boavista 38

Ruas Com Gente Dentro - Exposición fotográfica de Carlos Olyveira



       "Cuando somos llevados a mirar por mucho tiempo un mismo objeto, lo transformamos"
Del  manuscrito "Contos do Gin Tonic" de Mário-Henrique Leiria

            "Doce son las imágenes que constituyen "Ruas Com Gente Dentro", una serie de Carlos Olyveira, y tiene como principal referencia las calles y lugares del centro de Ponta Delgada - enfocandose en espacios que dan cuenta de la renovación cultural y social de la ciudad. Las fotografías, todas ellas con la presencia de personas, bajo el signo de lo cotidiano y de la novedad, muestran la individualización de esos nuevos puntos de referencia, desde el almacén "gourmet", el hostel en construcción, el restaurante vegetariano, la galería de artes, el estudio de ropa, las tiendas de artesanías, el trabajo en la Tipografía hasta el ócio creativo y tertulias en torno a los llamados "cafés alternativos".
Out of Blue Hostel por Carlos Olyveira
El fotógrafo interroga, en su estética de blanco y negro, el discurso del cambio gatillado por los viajes "económicos" y las transformaciones estimuladas por el movimiento de los turistas. Se destaca en las imágenes la presencia humana, donde la proximidad y relaciones son marcadas por esos códigos citadinos asociados a la transformación de las personas locales y de su nuevo "modus vivendi".
Carlos Olyveira nos ofrece un posible mosaico citadino en forma de espejo, un diálogo con los lugares cotidianos, y nos proporciona un campo abierto para perspectivas de sentidos distintos. Y por qué no afirmarlo, un momento favorable para que pensemos en el modo en que nos representamos y nos vemos."


Texto de Fernando Nunes com tradução para o castelhano: Nicolas Pimentel 

quinta-feira, 3 de agosto de 2017

Ruas Com Gente Dentro - Exposição de Fotografia de Carlos Olyveira no Out of Blue Hostel

«Quando somos levados a fixar durante muito tempo o mesmo objecto, transformamo-lo.»
Do manuscrito Contos do Gin Tonic
de Mário-Henrique Leiria

Doze são as imagens que fazem "Ruas com Gente Dentro", uma série de Carlos Olyveira, e têm como principal referência as ruas e lugares da baixa de Ponta Delgada - focando espaços que dão conta da renovação cultural e social da cidade. As fotografias, todas elas com a presença de pessoas, sob o signo do quotidiano e da novidade, mostram a individuação desses novos pontos de referência, desde a mercearia “gourmet”, o hostel em construção, o restaurante vegetariano, a galeria multi-artes, o estúdio de roupa, as lojas de artesanato, o trabalho na Tipografia até ao ócio criativo e tertúlias à volta dos ditos “cafés alternativos”.
O fotógrafo interroga, na sua estética a preto e branco, o discurso da mudança incutido pelas viagens de “baixo custo” e as transformações estimuladas pela movimentação do turista. Destaca-se nas imagens a presença humana, onde proximidade e relações são marcadas por esses códigos citadinos associados à transformação dos locais e do seu novo “modus vivendi”.
             Carlos Olyveira oferece-nos um possível mosaico citadino em forma de espelho, enceta um diálogo com os lugares de todos os dias e proporciona-nos campo aberto para perspectivas e sentidos distintos. E porque não afirmá-lo, um momento favorável para pensarmos em modos de nos representarmos e de nos vermos.

terça-feira, 1 de agosto de 2017

História Daquela Bicicleta Que Eu Tive

“Um dia deram-me aquela rica bicicleta. Deram-me porque eu tinha treze anos e tinha feito exame. Depois disso fiz mais vezes anos e fiz outros exames, mas bicicletas é que não tive mais. E se ela andava! Ui! Se ela andava! Era uma coisa por demais. Mas eu conto: Todos  os meus amigos, aqueles em quem eu batia todos os dias (porque eu aos 13 anos, era muito forte, quase do mesmo tamanho que tenho hoje) depois todos os meus amigos, dizia eu, me festejaram e deram uma volta de experiência. E se ela andava! Logo ao princípio o Adriano foi direito ao muro da estação e só parou quando o muro o obrigou a tal. Aquilo é que ela andava! Também o Zé Pedro, que hoje é casado e tem três filhos estrábicos, saltou uma coisa que parecia um muro a todos nós, excepto a ele; só depois é que verificou que, de facto aquilo era um muro.”

in Obras Completas de Mário-Henrique Leiria, edição E-Primatur/Letras Errantes, 2017

Rua do Castilho nº33B

Fotografia de Carlos Olyveira 

Um Verso de Blanca Martin-Calero

Vivir en una isla es llegar a todos los rincones de la tierra con la punta de los dedos