domingo, 31 de maio de 2020
sábado, 30 de maio de 2020
sexta-feira, 29 de maio de 2020
Um Poema de Ana Paula Inácio
Partir com os barcos
e ferir os dedos
ao puxar das redes.
Mas o sangue, que se confundirá nas malhas, não será
ainda tão significativo como aquele que verterá o peixe
ao cair nelas.
e ferir os dedos
ao puxar das redes.
Mas o sangue, que se confundirá nas malhas, não será
ainda tão significativo como aquele que verterá o peixe
ao cair nelas.
in "As Vinhas do Meu Pai", in Quasi Edições, 2000.
quinta-feira, 28 de maio de 2020
"Western": um filme de Valeska Grisebach

Esta longa metragem de 2017 viria a obter uma boa recepção pela crítica cinematográfica. "Western" mostra a história de um grupo de
trabalhadores alemães que é incumbido de construir uma central hidroeléctrica numa
aldeia da Bulgária. À parte as dificuldades linguísticas entre o grupo e os
habitantes locais, há aqui também questões de percepção e representações que
ganham contornos antagónicos. Nesse grupo hierárquico bem definido encontra-se Meinhard (Meinhard Neumann), que irá ser o personagem central deste drama sem
tragédia, ora por ser ele quem se avizinha da pequena comunidade ou porque
cedo constatamos que, também ele, é vítima de preconceito e marginalização.
Ele demonstra que por vezes nem é necessário criar muitas ondas ou tão pouco
ser muito exuberante para sentir na pele a rejeição e o desapego do grupo. O momento
final em que este dança com a comunidade local é uma revelação do princípio
libertador da abertura ao outro. Só quem é poroso pode ser fecundo!
«Vidro Azul»
tenho que vos pedir desculpa
se hoje escancarei demasiado
o meu cansaço
não foi fácil
disse o locutor no fim
da emissão
antecipando-se assim
a todos os epílogos
Miguel-Manso, in Santo Subito, Março de 2010
se hoje escancarei demasiado
o meu cansaço
não foi fácil
disse o locutor no fim
da emissão
antecipando-se assim
a todos os epílogos
Miguel-Manso, in Santo Subito, Março de 2010
quarta-feira, 27 de maio de 2020
Pequeno Guia de um Vagabundo Recluso
“(..)O melhor antídoto para a
contenção, a resposta aos moralizadores patenteados, é embarcar numa longa
marcha. Foi o que Thoreau sempre fez – e seu ensaio Walking (caminhada) é
inspirador. Caminhar era também a paixão (do poeta inglês) William Wordswoth
(que aos 70 anos, ainda subia ao Helvelyn, o topo do Lake District no Nordeste
da Inglaterra). Na sua juventude, o realizador Werner Herzog partiu para percorrer
800 quilómetros a pé, de Munique a Paris, até à cabeceira da sua amiga Lotte Eisner,
famosa crítica de cinema. “O turismo é um pecado mortal, mas caminhar é uma
virtude”, diria ele mais tarde.
A marcha não é proibida pelo Centro
de Controlo e Prevenção de Doenças (CDC) nem pelo Governo (norte-americano). É
uma expressão de liberdade absoluta e pode ser praticada sozinha, em total
segurança, perto de casa, ou em solidão fora das cidades. Uma das grandes
vantagens de caminhar é que nos dá tempo para reflectir – sobre as nossas
vidas, o nosso destino, o estado do mundo, e para pôr a nossa mente em ordem. O
preceito latino Solvitur ambulando é o nobre lema do pedestre: “É caminhando
que se encontra a solução.”
Paul
Theroux. in The
Wall Street Journal, publicado em Courier Internacional, Junho 2020.
terça-feira, 26 de maio de 2020
Torpor: Revista Digital
Os
responsáveis pela revista digital são João Paulo Cotrim (editor) e José Teófilo
Duarte (desenho gráfico), para além de uma diversidade alargada de colaboradores
das mais diversas áreas, tais como Alberto Pimenta, Ana Paula Inácio, João Paulo
Esteves da Silva, António Jorge Gonçalves, Nuno Saraiva, Filipe Homem Fonseca, Henrique Manuel Bento-Fialho, João
Fazenda, Sérgio Godinho, entre tantos outros. Podemos encontrá-la aqui: www.torpor.abysmo.pt
Alimentação
"A ciência e o conhecimento podem ajudar a alimentar as pessoas."
Miguel Guimarães, 25 de Maio de 2020.
segunda-feira, 25 de maio de 2020
Subscrever:
Mensagens (Atom)