domingo, 6 de abril de 2014

Soneto Branco

Já ao fechar-se o talismã promete
fundo de areia à água azul dos sons
ao nome do navio que a sobrenada
tal como à estrela animal de seis pontas
lembrando a flor e o cheiro a maresia
recém-casados por amor de abrir
o peito à colheita da solidão
que as mais das vezes se chama poesia
depois quebra-se o encanto dão-se a ler
linhas sem feitiço corpos reféns
coisas da vida que aí se lhes rouba
no sentido que dão sem querer ter
ressurreições que trazem à lembrança
mortes que já mais houveram lugar

João Paulo Esteves da Silva

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