da casa de meus pais disposto a viajar
eu conhecia já o rebentar do mar
das páginas dos livros que já tinha lido
Chegava o mês de maio era tudo florido
o rolo das manhãs punha-se a circular
e era só ouvir o sonhador falar
da vida como se ela houvesse acontecido
E tudo se passava numa outra vida
Quando foi isso? Eu próprio não o sei dizer
Só sei que tinha o poder duma criança
e tudo era possível era só querer
Ruy Belo,
Homem de Palavra[s]
Lisboa,
Editorial Presença, 1999 (5ª ed.
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