quarta-feira, 16 de julho de 2014

Sol e ao Longe

Sol e ao longe  
é arriscado o regresso a uma casa abandonada,
começar jornal pela página última,
aos primeiros veleiros da manhã acenar,
conceber cócegas no pescoço da infância,
celeste azul do atlântico oceano por comprovar
e a janela com a alba de noite mal dormida
em pesadelo adolescente que ameaça rebolar.  

Sol  e ao longe  
abusas da exclamação e reticências,
o coração bate em silêncio devagar,
botões da camisa apertados  dois a dois, 
lamber selos demorados até chegar
no peito como tambores o cravar da meninice,
golfinhos avistados à distância do pulmão,
pingos deitados num bramido cá para fora  
e do torpor impertinente padecer
até caminhar descalço sem ver o chão.

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