terça-feira, 16 de setembro de 2014

Baleias e Baleeiros: o álbum de família da baleação!

Francisco Soares da Silva em Baleias e Baleeiros 
       Ver um filme com a sala do teatro faialense completamente a abarrotar, com galerias e camarotes repletos, ainda mais com um público atento e silencioso, pareceu mesmo coisa de outro tempo. Finalmente percebe-se que dar a ver ou mostrar mesmo o que foi a baleação  nos Açores, num relato feito na primeira pessoa  pelos seus intervenientes, não só não é coisa ancestral ou mesmo coisa histórica  para ser encerrada em museus ou arquivos,  mas é essencialmente  uma experiência para ser vivida enquanto cultura baleeira que persiste e coexiste com a nossa existência contemporânea. É que foram mais de duas horas entregues a este retrato pessoal e afectivo da baleação, particularmente à volta da Ilha do Pico e da Ilha do Faial e em que o "personagem principal" é o avó do próprio realizador, Francisco Soares da Silva, picaroto e natural de Santa Cruz das Ribeiras.  O “avô Chico” e, essencialmente, Luís Bicudo, estão de parabéns, não só pela realização de tão relevante filme, mas também por terem sabido reunir a família da baleação açoriana em torno deste tesouro oral que começa agora  a ser desvendado e conhecido por todos. Por fim, terminar a exibição do documentário com "Santiana", uma música popular das Flores, na magnífica voz de Carlinhos Medeiros, bem como exibir um belíssimo conjunto de fotografias a preto e branco de diferentes autores, não conseguiu deixar de provocar emoções de exaltação tal como expressar o sentido de agradecimento e admiração por semelhante e valioso trabalho de cariz memorial.

2 comentários:

  1. a excelsa voz é agora, também, e ainda, magnífica!

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  2. A bolsa de adjectivos aqui do Doutor parece já não ter equivalente emotivo para descrever tamanha expressão ou sentido álgico semelhante para tal comoção estética. Esse tesouro musical contido no "Cantar Na M´Incomoda" não tem fim...Santiana é uma canção linda.

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