Francisco Soares da Silva em Baleias e Baleeiros |
Ver um filme com a sala do teatro
faialense completamente a abarrotar, com galerias e camarotes repletos, ainda mais
com um público atento e silencioso, pareceu mesmo coisa de outro tempo.
Finalmente percebe-se que dar a ver ou mostrar mesmo o que foi a baleação nos Açores, num relato feito na primeira pessoa pelos seus intervenientes, não só não é coisa
ancestral ou mesmo coisa histórica para
ser encerrada em museus ou arquivos, mas é essencialmente uma experiência para ser vivida enquanto
cultura baleeira que persiste e coexiste com a nossa existência contemporânea. É
que foram mais de duas horas entregues a este retrato pessoal e afectivo da
baleação, particularmente à volta da Ilha do Pico e da Ilha do Faial e em que
o "personagem principal" é o avó do próprio realizador, Francisco
Soares da Silva, picaroto e natural de Santa Cruz das Ribeiras. O “avô Chico” e, essencialmente, Luís Bicudo,
estão de parabéns, não só pela realização de tão relevante filme, mas também
por terem sabido reunir a família da baleação açoriana em torno deste tesouro
oral que começa agora a ser desvendado e
conhecido por todos. Por fim, terminar a exibição do documentário com
"Santiana", uma música popular das Flores, na magnífica voz de
Carlinhos Medeiros, bem como exibir um belíssimo conjunto de fotografias a
preto e branco de diferentes autores, não conseguiu deixar de provocar emoções de
exaltação tal como expressar o sentido de
agradecimento e admiração por semelhante e valioso trabalho de cariz memorial.
a excelsa voz é agora, também, e ainda, magnífica!
ResponderEliminarA bolsa de adjectivos aqui do Doutor parece já não ter equivalente emotivo para descrever tamanha expressão ou sentido álgico semelhante para tal comoção estética. Esse tesouro musical contido no "Cantar Na M´Incomoda" não tem fim...Santiana é uma canção linda.
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