terça-feira, 11 de novembro de 2014

A Magnólia

Ágil, estalava a tarde, lá fora
nos passos seguros de quem não tem
temor aos versos. acabara ali

o verão selvagem dos teus olhos,
aquele lugar fundo de água
e de flores onde um cão zeloso
guarda ainda uma biblioteca
e o segredo maior da tempestade.
sem dizer uma palavra,

fui fechando atrás de mim
as alamedas de Manderley,
e saí para comprar uma magnólia.


Renata Correia Botelho, in revista “Telhados de Vidro”, Edições Averno, 2009.

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