quinta-feira, 20 de novembro de 2014

Um Poema de Renata Correia Botelho

falhámos tudo: entregámos
os livros ao sepulcro
das estantes, ao amor

demos um colo de horas
certas, deixámos de abrir
janelas para cheirar a noite.

já nada nos lembra
que o poema só se forma
no fio da navalha.


Renata Correia Botelho, in Um Circo no Nevoeiro, 2009.

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