"Durante
a minha vida, fiz muitas coisas que não tinha decidido fazer, e não fiz outras
que tinha firmemente decidido fazer. Algo que existe em mim, seja lá o que for,
age; algo que me faz ir ter com uma mulher que já não quero voltar a ver, que
faz ao superior um reparo que me pode custar o emprego, que continua a fumar
embora eu tenha decidido deixar de fumar, e que deixa de fumar quando me
resignei a ser um fumador para o resto dos meus dias. Não quero dizer que o
pensamento e a decisão não tenham alguma influência na ação. Mas a ação não
decorre só do que foi pensado e decidido antes. Surge de uma fonte própria, e é
tão independente como o meu pensamento e as minhas decisões. "
Bernhard Schlink, O leitor, pp. 16-17.
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