sábado, 24 de janeiro de 2015

Um Postal de Miriam Manaia

            Caro Doutor, como tem passado este sol de Inverno  com temperaturas amenas e agradáveis?
       Nem imagina o quanto amei saber que se encontra de novo a viver junto de um vulcão adormecido. Passou tanto tempo desde o nosso último encontro e sei que nunca mais transmiti nada da minha parte, típico desta minha personalidade errante, bruxuleante e ondulante. Durante os últimos meses viajei sem cessar, corri mundo, fartei-me de viajar até cansar. Regresso agora de uma viagem ao sudoeste asiático onde, pela primeira vez, nadei com crocodilos, e, talvez por isso, tenha tido necessidade de lhe escrever com esta brevidade. É um impulso estranho nadar com animais de grande porte, rodeá-los sem que estes nos mordam ou apanhem, sempre com esta sensação imanente de "toca e foge". É preciso muito treino, evidentemente.
      Soube, por voz amiga, que o agora (Professor) Doutor tem tido contactos recentes com o mui amigo Janeiro Alves. Que bom seria ter a vossa companhia no recém-renovado Solar dos Manaias.
      Até breve na caixa dos correios,
                                                            com imensas saudades suas
Miriam Manaia

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