sábado, 24 de outubro de 2015

Da Curiosidade

"Inventamos histórias para dar forma às nossas perguntas; lemos ou ouvimos histórias para perceber o que queremos saber. Nos dois lados da folha, somos levados pelo mesmo impulso questionador, pelas perguntas de quem fez o quê, e porquê, e como, para que possamos, por nossa voz, perguntar a nós próprios o que é que fazemos, e como e porquê, o que aconteceu quando se faz ou não faz alguma coisa. Neste sentido, todas as histórias são espelhos do que julgamos ainda não saber. Se for boa, uma história suscita no seu público tanto o desejo de saber o que acontece a seguir como o desejo contraditório de que a história nunca acabe: este duplo vínculo justifica o impulso de contar histórias e mantém a curiosidade viva."  

in Uma História da Curiosidade, Alberto Manguel, edições Tinta da China, 2015. 

Sem comentários:

Enviar um comentário